Brazil's environment minister ignores problems and tells other countries to act at COP24
It looked like everything was fine in Brazil's climate agenda. During his speech at the 2018 Unite Nations climate change conference (COP24), the country's environment minister, Edson Duarte, didn't even mention the decision of not hosting the next Conference of Parties in 2019. Nor did the minister touch on topics that have made Brazil be currently overlooked as a major player in environmental issues.
Brazil's environment minister, Edson Duarte, during his speech at COP24. Credit: Lucas Tolentino for Ministério do Meio Ambiente
This was Duarte's last speech as the environment minister. President-elect, Jair Bolsonaro, already announced another politician, Ricardo Salles, will take over the role starting in January 2019. Duarte praised some of the country's good deeds, like already achieving emission goals set for 2020, but ignored most of the main issues.
This story was supported by the 2018 Climate Change Media Partnership, a collaboration between Internews’ Earth Journalism Network and the Stanley Foundation. The full interview in Portuguese appears below.
Foi como se estivesse tudo bem na agenda climática brasileira: no discurso dos representantes de cada país na 24ª Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP24), na Polônia, o ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte, sequer mencionou a decisão de não sediar a próxima conferência. Tampouco falou sobre boa parte dos problemas que têm feito o país deixar de ser visto, especialmente por observadores internacionais, como referência no combate ao aquecimento global (entre eles, a falta de protagonismo do país nas discussões climáticas ou declarações polêmicas sobre o tema que pegaram mal, por exemplo).
Em seu último discurso no cargo em conferência deste tipo – o presidente eleito Jair Bolsonaro anunciou, no domingo (9), que Ricardo Salles vai comandar a pasta –, Duarte exaltou alguns feitos nacionais, mas praticamente ignorou os atuais e os possíveis problemas futuros.
Em pronunciamento nesta quarta-feira (12), o titular da pasta mostrou que o país tem avançado nas ações de combate às mudanças climáticas e está no caminho para cumprir as metas voluntárias de redução de emissões de gases de efeito estufa. Na terça-feira (11), na própria COP24, o Brasil anunciou que alcançou sua meta proposta para 2020.
— Chegamos com a segurança de quem está procurando fazer a sua parte. Um país que reconhece a sua responsabilidade histórica. O trabalho realizado durante uma década (2006-2015) no combate ao desmatamento da Amazônia reduziu as emissões em 6 bilhões de toneladas de CO2. Nos últimos três anos, foram reduzidos outros 3,9 bilhões de toneladas — afirmou Duarte.
Mas o ministro também reconheceu, brevemente, que o Brasil deu alguns passos atrás: o desmatamento na Amazônia, por exemplo, aumentou 13,7% entre agosto de 2017 e julho deste ano. Os Estados que apresentaram os índices mais elevados de desmatamento foram Pará, Mato Grosso, Rondônia e Amazonas.
— O Brasil está próximo de atingir a meta de redução de 80% no desmatamento na Amazônia até 2020, apesar de o desmatamento observado em 2018 ter apresentado aumento em relação ano anterior — observou o titular do Ministério do Meio Ambiente.
Ao concluir sua fala, Edson Duarte, em meio a preocupações internacionais quanto à participação efetiva do Brasil, agora e no futuro, no combate às mudanças climáticas, passou a bola adiante:
— O Brasil não poupou esforços para chegar até aqui. Precisamos aumentar a escala da ambição, e para isso, todos precisam contribuir. Conclamo todos a acelerar suas transições para economias de baixo carbono e a estimular a participação de todos os setores da sociedade a fim de criarmos o futuro que queremos.
A conferência do clima promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU), o maior evento do mundo sobre a temática ambiental, segue até sexta-feira (14) em Katowice, na Polônia.
* O repórter viajou à Polônia para a COP24 como integrante do Climate Change Media Partnership 2018, uma colaboração entre a Earth Journalism Network e a Stanley Foundation.
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